Olá, amigas/os! Estamos aqui mais uma vez para disseminar um pouco do nosso aprendizado adquirido no curso de Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça - GPPGeR. Nesta postagem chamamos a atenção de nossas/os leitoras/es para as três dívidas históricas do nosso país.
A primeira grande dívida
histórica brasileira origina-se do período colonial, quando a colônia
brasileira era vista como um espaço complementar e de sustentação de Portugal,
constituindo-se em uma colônia de exploração. Entre 1500 e 1822, prevaleciam os
interesses da coroa portuguesa e sua inserção internacional. E assim, as/os
cidadãs/ãos não eram portadoras/es de direitos, e a sociedade brasileira
torna-se “hospedeira dos interesses dos senhores” (HEILBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2011,
p.22).

Nas duas últimas
décadas do século XIX estruturam-se outras duas dívidas históricas brasileiras.
Uma delas é a libertação de escravas/os
realizada sem amparo algum de políticas públicas. A escravidão, “existência
de seres humanos na condição jurídica de objetos e destinados a não serem
considerados como entes com consciência e, muito menos, portadores de direitos” (HEILBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2011,
p.24), é o maior fato histórico que explicita o caráter segregacionista e
elitista no Brasil, onde delimitava a raça, etnia, gênero e localização da
pobreza.

A outra é o sistema agrário, que permitiu a concentração de posse de
terras. A adoção da Lei das Terras em 1850 confirmou a propriedade da terra dos
antigos senhores sesmeiros, desfavorecendo e causando desvantagens a um grande
número de pessoas que já viviam da terra.

Não podemos deixar de citar que a
forma como se deu a abolição da escravatura no Brasil reforçou sobremaneira a
exclusão, com o financiamento do Estado para a vinda de mão de obra européia
não somente para a substituição do trabalho escravo, mas também visando o
“embranquecimento” do país e resultando na inserção de ex-escravas e
ex-escravos nas categorias de desempregadas/os, subempregadas/os e
trabalhadoras/es informais (HEILBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2011).

REFERÊNCIAS
HEILBORN, M.; ARAÚJO, L.; BARRETO, A.
Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça | GPP – GeR: módulo IV –
Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres,
2011.
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