O processo de construção do conceito de cidadania, cujo
marco dá-se no período da Revolução Francesa, é resultado da formação e
desenvolvimento de uma nova classe social, denominada genericamente de
burguesia.
Ocorre que a burguesia, na época (em meados do final do século
XVIII), viu-se prejudicada pela arrecadação de impostos e pelo controle dos
negócios, percebendo, a partir destas considerações, a necessidade de uma
liberdade que lhes permitisse decidir sobre seus impostos e gerenciar seus
negócios. Interessante lembrar aqui que para que houvesse a conquista de tal
liberdade, fazia-se necessária a concepção de igualdade. E assim, “Igualdade passa a ser a ideia de que todos os seres humanos têm os mesmos direitos ao nascer e não a ideia de
que todos devem ter os mesmos bens e rendas. A igualdade é formal, não
real“ (HEILBORN; ARAÚJO; BARRETO,
2011, p.12).

E assim é forjada a base do conceito de cidadão, ainda que ter os
mesmos direitos não significaria, objetivamente, poder usá-los em sua
totalidade. Quem detinha mais condições econômicas, tinha acesso a garantias
que para outras/os eram inacessíveis. Desta forma surgem, contraditoriamente,
dois tipos de cidadãs/ãos. Tal contradição faz emergir a luta por direitos
sociais e as políticas públicas (HEILBORN; ARAÚJO; BARRETO,
2011).

REFERÊNCIAS
HEILBORN, M.; ARAÚJO, L.; BARRETO, A.
Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça | GPP – GeR: módulo IV – CEPESC;
Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres. Rio de Janeiro: 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário