quarta-feira, 28 de maio de 2014

Movimentos sociais feministas: uma luta histórica!

Olá pessoal! Bem vindas/os ao nosso blog de ações e movimentos sociais!


Neste texto pretendemos discorrer sobre os principais vetores que nortearam os movimentos sociais feministas, sintetizando o processo histórico e citando pontos principais no que tange à história crescente destes movimentos sociais, caracterizado por um despertar crítico das mulheres frente à opressão e dominação masculina.

Podemos apontar as relações sociais de desigualdade como um dos principais motivos que levaram as mulheres a uma reflexão e posterior indignação em relação ao seu lugar na sociedade.

Quando abordamos a questão da indignação com relação às desigualdades, precisamos fazer um resgate histórico para uma melhor compreensão. 

Ao se tratar dos movimentos sociais no Brasil, no século XIX podemos citar Bherta Lutz como sendo uma figura representativa no que se refere a luta pelo sufrágio feminino. Tal luta tem sua aderência por vários grupos de mulheres por todo o Brasil, e até mesmo as manifestações individuais tiveram duração de décadas, até início do século XX, quando na Constituição de 1932 a mulher conquista seu direito de votar e ser votada.

Essa conquista acima citada traz grande representação para as mulheres, pois se trata de uma conquista de espaço de representação política, de uma nova representação da imagem feminina diante da sociedade, onde a mulher conquista um espaço público, indo para além do que até então era posto à figura feminina: os ditos afazeres domésticos. 

Só para que possamos entender melhor, ao se tratar de discussão de relações de gênero se faz necessário retomarmos um pouco mais na história, para compreender de onde surge a distinção nas relações de gênero. Ideólogos da sociedade falocrática ocidental do século XVIII introduziram na sociedade distinções de gênero, tentando naturalizar funções para o sexo masculino e para o sexo feminino.

Entende-se que falocracia é uma:
Ideologia cuja base se sustenta na premissa básica de que o poder político/econômico, em diversos âmbitos, deva ser exercido somente por homens.

Desta forma compreendemos que, na verdade, tais distinções foram socialmente produzidas, onde mulheres e homens tem papéis diferentes dentro da sociedade, onde o espaço da mulher é no mundo privado, no lar, responsável pelos afazeres domésticos, pelo cuidado e criação dos filhos, dos idosos, enfim, como administradora da vida privada. Enquanto isso, o homem era responsável pelo sustento da família, pertencendo ao espaço público, lidando com o poder político e econômico.

Essas ideias se seguem por muitas décadas, até mesmo séculos, reproduzida por outros pensadores formadores de opiniões e reproduzida ao longo do tempo nas sociedades.

Retomando as lutas dos movimentos feministas, podemos dizer que tais processos de luta, na realidade, é por reconhecimento de desigualdades construídas historicamente. E os movimentos sociais estão presentes na sociedade para lembrarmos que o que se constrói socialmente pode ser desconstruído!  


Links para pesquisa:


Programa Mulheres Mil em Piúma/ES



Considerando o processo de luta e conquistas dos movimentos sociais em busca de políticas públicas que proporcione meios para a emancipação da mulher, falaremos um pouco sobre o Programa Mulheres Mil.
O Programa Mulheres Mil contribui para a promoção da autonomia da mulher através de cursos realizados pelo IFES – campus de Piúma do Instituto Federal do Espírito Santo. 




O que é o Programa Mulheres Mil?

O Programa Mulheres Mil foi instituído pela portaria do Ministério da Educação (MEC) nº 1.015, de 21 de julho de 2011, como uma ação integrante do plano Brasil Sem Miséria (BSM).

O programa tem por objetivo propiciar o acesso de mulheres em situação de vulnerabilidade social a oportunidade de ocupação e renda por meio da oferta de cursos de formação inicial e continuada com carga horária mínima de 160 horas.

Por meio dos cursos as alunas têm aulas ligadas ao seu dia-a-dia (português, matemática, saúde, meio ambiente, cidadania e direitos da mulher) e aulas profissionalizantes.

O programa está inserido no conjunto de prioridade de políticas públicas do governo do Brasil, especialmente nos eixos promoção da equidade, igualdade entre os sexos, combate a violência contra as mulheres e acesso à educação.

A meta é garantir o acesso à educação profissional e a elevação da escolaridade de acordo com as necessidades educacionais de cada comunidade.

Estruturado em três eixos - educação, cidadania e desenvolvimento sustentável - o programa possibilitará a inclusão social, por meio da oferta de formação focada na autonomia e na criação de alternativas para a inserção no mundo do trabalho, para que essas mulheres consigam melhorar a qualidade de suas vidas e das de suas comunidades.




Mais informações podem ser obtidas nos links abaixo:


Movimentos sociais e políticas públicas

Olá visitantes, sejam bem vindas/os!

Nesta postagem iremos abordar a questão da luta dos movimentos sociais no Brasil e suas conquistas relacionadas às políticas públicas que buscam a superação das desigualdades de gênero e raça.

Em linhas gerias, entende-se que:
[...] o conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específicos, permeados por tensões sociais. Podem objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolução de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social [...].

Dessa forma, ao compreendermos o conceito de movimento social vamos sintetizar aqui a influência da sociedade civil organizada em forma de movimentos sociais no Brasil na década de 1980, na busca da elaboração e implementação das políticasfocalizadas com a finalidade de concretizar ações de promoção de igualdade, através do reconhecimento das diferenças existentes e por compreender que as políticas universais não sanavam todas as demandas existentes na sociedade.

Assim, a sociedade civil organizada passa a questionar o papel do Estado, discutindo mudanças na formulação das políticas públicas, políticas essas que emergiram das manifestações dos movimentos sociais.
Nos movimentos sociais feministas que do século XIX se inicia um despertar crítico das mulheres em relação a opressão masculina, e seguindo no século XX, quando as mulheres passam a refletir sobre suas condições dentro da sociedade.

Podemos dizer que as conquistas do século XX com relação as desigualdades de gênero e raça, através de políticas públicas focalizadas que atendessem aos grupos historicamente marginalizados e excluídos de direitos tiveram grande influência positiva dos movimentos feministas.

Concluímos que a intervenção da sociedade civil organizada questionando direitos é fundamental, em toda a sociedade e em qualquer momento histórico, pois assim se inicia um processo de conscientização da importância da correção de desigualdades historicamente construídas, para que através das políticas afirmativas seja dado início a um processo de desconstrução de atitudes discriminatórias e de desigualdades, objetivando a chegada de um momento histórico onde as políticas passem a ser complementares, atendendo a todos com equidade.




 Links de consulta:


domingo, 25 de maio de 2014

Vamos aumentar as movimentações sociais no ES?

Olá pessoal! 

Estamos aqui para contribuir um pouco com informações sobre movimentos sociais no Espírito Santo e no Brasil, para conhecermos as movimentações existentes no nosso país que buscam transformações sociais em diversos âmbitos. Então vamos lá!

Hoje vamos falar sobre a EDUCAFRO – Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes. Sua criação deu-se a partir de um momento na Igreja Matriz em São João de Meriti/RJ, onde o frei David Raimundos dos Santos, frade franciscano da Ordem dos Frades Menores (OFM) na Província da Imaculada Conceição da Brasil (São Paulo) estava reunido com cem jovens negros e carentes, conversando sobre a fé. Por curiosidade, Frei Davi perguntou quantos presentes queriam ingressar nas universidades. Somente duas pessoas responderam afirmativamente, e confessaram ser esta a vontade de suas mães, que trabalhavam como serventes na instituição e foram contempladas com bolsas de estudos. Frei David, com esta informação, fundou em 1992 o projeto Educafro, uma influente rede de cursinhos pré vestibulares comunitários empenhada na democratização do acesso às universidades públicas, estando presente em estados como o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília e São Paulo. Há também a possibilidade de ingresso às universidades particulares com bolsas de até 100% no território nacional. Também existem universitários da Educafro até em Cuba! Com isso, na última década, mais negros entraram nas universidades do que em todos os séculos anteriores somados.

A missão da Educafro é de promoção à inclusão da população em especial negra e em geral pobre nas universidades públicas e particulares com bolsas de estudos, através do serviço voluntário ofertados nos núcleos pré vestibulares comunitários e setores da Sede Nacional, em forma de mutirão. Sua luta é para que o Estado cumpra suas obrigações através de políticas públicas e ações afirmativas na educação voltada para negros e pobres, possibilitando a diversidade étnica no mercado de trabalho, a defesa dos direitos humanos e o combate ao racismo.

Assim, a Educafro tem o objetivo de reunir pessoas voluntárias que lutam pela inclusão de negros e pobres nas universidades públicas e particulares com bolsas de estudos, possibilitando o empoderamento e mobilidade social para a população pobre e afrobrasileira. São objetivos específicos da Educafro:

  • Organizar e provocar o surgimento de núcleos de pré-vestibular (novos núcleos) nas periferias de todo Brasil;
  • Proporcionar surgimento de novas lideranças e cidadãos conscientes nas comunidades e nas universidades;
  • Ofertar formação cidadã e acadêmica através das aulas de professores voluntários nos cursinhos comunitários;
  • Apresentar propostas de políticas públicas e ações afirmativas aos poderes executivos, legislativo e judiciário;
  • Difundir princípios e valores que contribuam para a radical transformação social do Brasil e Américas, com fundamento no ideário cristão e franciscano;
  • Despertar nas pessoas a responsabilidade e autonomia na superação de dificuldades as tornando protagonistas de suas histórias;
  • Valorizar radicalmente, a organização de grupos sociais e populares como instrumento de transformação social e pressão junto ao Estado.

É simples fazer parte da Educafro! Quem já concluiu o ensino médio ou está prestes a terminar e deseja ingressar na universidade, ou tem interesse em tornar-se um professor voluntário no projeto deve participar das reuniões que acontecem às quintas-feiras às 18:00h ou aos sábados às 16:00h na Sede Nacional, situada à Rua Riachuelo nº 342, no centro de São Paulo/SP.


Então, vamos expandir a Educafro para o Espírito Santo?



Onde encontrar estas informações:

http://www.revistaafro.com.br/gente/frei-david-dos-santos/